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Dieta Cetogênica para saúde mental: venha pela perda de peso, fique pelos benefícios mentais

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Quando Ole Jørgen Hessen entrou na Dieta Cetogênica, em janeiro de 2017, ele queria apenas perder peso. Então, o norueguês, com 28 anos, combinou a Dieta Cetogênica com Jejum Intermitente.

Ele cortou todo o açúcar, frutas, carboidratos refinados e vegetais amiláceos. Ole passou a comer carne, peixe, ovos, castanhas e vegetais que nascem acima do chão.

Na maior parte dos dias, ele come durante uma janela de 3 horas. Geralmente, um pequeno lanche de tarde, como carne seca, e, à noite, uma refeição. “Eu me senti bem. Foi fácil”, diz ele.

Ao longo do ano passado, ele perdeu mais de 63 kg.
Ole se sente ótimo e sua aparência está ótima.

Contudo, outra mudança muito bem-vinda também aconteceu: o transtorno bipolar de ciclagem rápida se tornou muito mais estável. Ele tinha cinco ciclos de humor em 2017: todos os ciclos ficaram mais fáceis de lidar.

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“Meus ciclos estão muito mais suaves agora. Meu humor elevado está mais previsível e eu consigo dormir adequadamente. Também consigo focar minha energia extra quando está elevada. Minha depressão é menos intensa e, quando fico deprimido, ainda consigo ter interesse nos meus hobbies e nos meus amigos. Tudo está mais previsível e fácil de lidar.”

Ole veio para Dieta Cetogênica pela perda de peso, mas ficou pela transformação na sua saúde mental.

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Ole não está sozinho. Reddit e outros fóruns têm muitos depoimentos de pessoas que reportam melhorias sobre ansiedade, depressão, transtorno bipolar e até esquizofrenia.

Será que a Dieta Cetogênica ajuda a prevenir, reduzir ou melhorar algumas condições mentais?

São poucas as pesquisas clínicas em pacientes com transtornos mentais. Porém, é crescente a ciência básica sobre o impacto dos corpos cetônicos na função cerebral de animais e de seres humanos.

Ainda, é grande o número de evidências anedotais que estão sugerindo que a Dieta Cetogênica pode sim ajudar no tratamento de desordens mentais.

Saúde mental: um problema crescente no mundo

É enorme o impacto das doenças mentais em indivíduos e na sociedade em geral. Todos os anos, 1 a cada 5 pessoas é afetada por uma condição de saúde mental.

Nos últimos 10 anos, as taxas de depressão cresceram 18%. São 322 milhões de pessoas com depressão no mundo. A doença é, hoje, a causa número um de incapacidade.

  • Pessoas com desordens mentais têm taxas mais altas de doenças físicas e de morte prematura: suas vidas são encurtadas de 13 a 30 anos.
  • Pessoas com transtornos mentais também têm taxas mais altas e sintomas mais graves em condições crônicas como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.

O período de tempo vivido com desordens mentais aumentou 45% de 1990 a 2013 no mundo inteiro.

Durante este mesmo período, a incidência de obesidade e de diabetes explodiu.

Georgia Ede, psiquiatra norte-americana apaixonada pelo poder da nutrição no cérebro, diz que existe uma forte conexão entre o crescimento dos transtornos mentais e da epidemia de obesidade e diabetes.

“Por que o cérebro seria diferente do resto do corpo?” questiona Ede. “Acredito que a decadência da saúde mental no mundo tem muito a ver com a decadência da nossa dieta durante os últimos 75 anos”, afirma a médica, que nos indica as que considera as duas maiores causas para transtornos mentais.

Alimentação – as duas principais causas para os problemas mentais:

  • carboidratos refinados, como farinha, pães, cereais, sucos de frutas e açúcar;
  • óleo vegetais refinados e processados.

O que sabemos sobre estes ingredientes? Sabemos muito, diz Dra. Ede.

Carboidratos e óleos refinados industriais são poderosos promotores de inflamação e oxidação. Muitas desordens mentais estão fortemente ligadas à inflamação e à oxidação, assim como muitas doenças físicas estão.

Outros culpados em potencial, diz Dra. Ede, são grãos e leguminosas. Eles não apenas interferem na absorção de nutrientes saudáveis para o cérebro, mas como também têm muita em lectina e outros fatores que representam risco para a saúde mental.

Evidências anedotais: depoimentos poderosos

O que a Keto fez por pessoas diagnosticadas com transtornos mentais? Conheça os benefícios da Dieta Cetogênica e leia alguns casos anedotais inspiradores:

Scheto e a esquizofrenia: “Me sinto melhor do que consigo lembrar”, diz Scheto, de 34 anos, diagnosticado com esquizofrenia na adolescência e que está surpreso com o impacto da dieta cetogênica no seu cérebro:

“Os sintomas (as vozes) diminuíram 90%. Meu cérebro está silencioso novamente e eu consigo me concentrar.”

Tonya, a obesidade, a depressão e a ansiedade: “Quando fiquei sabendo da Keto, eu estava em um estado bem ruim – seja física ou mentalmente. Eu tomava medicação para depressão e ansiedade e estava muito infeliz, muito doente. Estava estava desesperada para perder peso, mas não achava uma dieta que me ajudasse e que eu conseguisse manter”, diz Tonya, que atingiu seu peso ideal em seis meses.

“Em nove meses, eu já não tomava mais nenhuma medicação. Meu médico ficou impressionado com meu sucesso. Ela disse que queria ter mais pacientes como eu. Estou muito feliz e passo muito tempo compartilhando informações da Keto com todos que quiserem ouvir.”

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Tim, a obesidade e a compulsão alimentar: “Eu fiquei preso ao efeito sanfona a vida toda. Fui obeso e emagreci três vezes ao longo da vida”, conta Tim sobre os resultados com dietas de baixa caloria associadas a exercícios físicos.

Em 1999, Tim descobriu a Dieta Atkins e, mesmo sem estudar nada a respeito, só seguiu as diretrizes gerais e perdeu 45kg. Em 2010, o vício em carboidratos voltou e ele engordou novamente. Em 2013, seu médico avisou que ele tinha desenvolvido questões graves de saúde por causa dos carboidratos.

“É uma pena que tenhamos que chegar a este ponto para mudarmos de vida”, diz Tim.

Desacreditado nas dietas Low Carb, ele começou a investigar a Dieta Cetogênica. Investigar de verdade. Com a ciência em mãos, Tim perdeu 30kg e mantém o peso desde então. Tim relata o que já sabemos: o cérebro muda na Keto:

“Eu era obcecado por comida e estava sempre pensando no que iria comer depois. Hoje, estou livre de tudo isso.”

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Esquizofrenia em 2009, os Drs. Eric Westman e Brian Craft publicaram um estudo de caso de uma mulher de 70 anos com uma vida inteira de esquizofrenia. Diagnosticada aos 17 anos, ela tinha alucinações visuais e auditivas diariamente. Esqueletos apareciam para encorajá-la a machucar a si mesma desde os 7 anos.

Ela também tinha obesidade, apneia, hipertensão e doença do refluxo gastroesofágico dentre diversas outras questões de saúde.

Após apenas oito dias na Dieta Cetogênica, as vozes e as alucinações pararam. Ela continua com a Dieta Cetogênica há mais de um ano, sem retorno das alucinações. Ela perdeu 10kg neste período.

Qual será a sua história?

Nenhum destes depoimentos surpreendem a Dra. Georgia. Sua própria ansiedade e depressão foram aliviadas com a cetogênica. Ela também recebe comentários constantes no seu blog, de indivíduos com experiências similares.

Seu post sobre dietas low carb e desordem bipolar tem mais de cem comentários que seguem crescendo. São pessoas com desordens mentais diagnosticadas, especialmente transtorno bipolar, cujos sintomas melhoraram com a Dieta Cetogênica.

“Esse tipo de história pessoal joga luz sobre a relação entre comida e saúde mental, algo que os estudos não fazem”, diz a doutora Georgia.

“Se nós esperarmos que a ciência teste estas teorias apropriadamente, esperaremos por anos. Você não tem nada a perder ao fazer estes experimentos individualmente”, defende a psiquiatra.

 

[Conteúdo extraído e editado do site Diet Doctor. Leia o original aqui]